
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta semana que as negociações para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia estão “em fase final”. A declaração foi feita pouco antes de uma reunião com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, realizada nos Estados Unidos.
O encontro ocorre em Mar-a-Lago, resort de luxo dele na Flórida, onde o presidente americano passa o recesso de fim de ano desde 20 de dezembro. A reunião com Zelensky marcou uma interrupção na agenda privada do republicano e contou com a presença de integrantes do alto escalão do governo dos EUA.
Participaram das conversas o secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth. Apesar do tom otimista, Trump evitou estabelecer um prazo para o encerramento do conflito. “Eu não tenho prazos. Sabe qual é o meu prazo? Conseguir acabar com a guerra”, declarou.
Zelensky afirmou que cerca de 90% do plano de paz já foi discutido pelas equipes técnicas dos dois países. Segundo ele, ainda há impasses relevantes, entre eles o futuro de territórios ocupados e a situação de uma usina nuclear atualmente sob controle russo.
Antes do encontro com o líder ucraniano, Trump conversou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin. O norte-americano classificou o diálogo como “bom e produtivo”, sinalizando disposição para avançar nas negociações diplomáticas.

De acordo com o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, a conversa entre Trump e Putin durou cerca de uma hora e quinze minutos. Segundo ele, para que um cessar-fogo seja possível, Kiev precisaria tomar uma “decisão ousada”, em consonância com as discussões sobre a região de Donbass.
O encontro em Mar-a-Lago foi articulado após contatos prévios entre Zelensky e representantes dos EUA. O presidente ucraniano conversou com Steve Witkoff e com Jared Kushner, genro de Trump, que atuaram como interlocutores nas tratativas iniciais.
Autoridades europeias também participaram do processo diplomático. Após a primeira reunião presencial, Trump e Zelensky falaram por telefone com líderes do continente. O ucraniano afirmou ter conversado previamente com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a quem agradeceu pelo apoio do Reino Unido.
As negociações ocorrem em meio à intensificação dos combates. Ataques recentes atingiram regiões do sul da Ucrânia, incluindo Odessa e Mykolaiv, com bombardeios a navios e infraestrutura civil. Em Kiev, ofensivas com drones e mísseis provocaram mortes, apagões e deixaram parte da população sem aquecimento em meio a temperaturas próximas de 1°C.



