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STF diverge e cálculos mostram redução de pena para Bolsonaro bem menor que o esperado por aliados

STF diverge sobre impacto do PL da Dosimetria na pena de Bolsonaro, calculando redução menor que a prevista por aliados

A expectativa de aliados de Jair Bolsonaro de uma drástica redução em sua pena de prisão, após a aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria, não encontra eco nos cálculos técnicos do Supremo Tribunal Federal (STF). A análise interna da Corte indica que o impacto da nova lei seria bem mais limitado do que o divulgado pelo entorno político do ex-presidente.

Técnicos do STF refizeram as contas com base no texto aprovado pelo Congresso e chegaram a conclusões distintas das estimativas apresentadas por parlamentares ligados a Bolsonaro. Durante a tramitação do projeto, a defesa e apoiadores do ex-presidente chegaram a divulgar que a pena poderia cair de 6 anos e 9 meses para apenas 2 anos e 4 meses, o que facilitaria benefícios imediatos.

No entanto, conforme apuração do G1, os cálculos do Supremo apontam que o período de prisão em regime fechado seria reduzido para cerca de **5 anos e 4 meses**. Mesmo em um cenário considerado mais favorável ao ex-presidente, a pena ficaria acima de 4 anos, um resultado consideravelmente distante das projeções divulgadas por seus apoiadores.

Frustração e novas estratégias no entorno de Bolsonaro

A disparidade entre as projeções do STF e as expectativas criadas pelos bolsonaristas gera **frustração** no meio político. A esperada diminuição expressiva do tempo de encarceramento não se concretizou nos cálculos técnicos da Corte, levando aliados a reavaliar as estratégias.

Diante desse cenário, apoiadores do ex-presidente avaliam que a alternativa mais viável seria a concessão de **prisão domiciliar**. A redução no regime fechado, conforme os cálculos do STF, não atingiria o patamar inicialmente defendido, tornando a prisão domiciliar uma opção mais palpável.

Calendário político e jurídico adverso para o PL da Dosimetria

Outro fator que pesa contra as expectativas de um benefício rápido é o **calendário político e jurídico**. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que **vetará** o projeto. Caso o veto presidencial ocorra, o Congresso ainda precisará analisar a derrubada do veto, o que só deve acontecer entre fevereiro e março.

Mesmo que o veto seja derrubado, a aplicação da nova regra não seria imediata. A nova dosimetria da pena dependeria de **pedidos formais de revisão** por parte das defesas, com a possibilidade de análise apenas a partir de abril, na hipótese mais otimista. Assim, o eventual benefício do PL da Dosimetria tende a enfrentar um longo caminho até produzir efeitos concretos.

Impacto real do PL da Dosimetria longe das promessas iniciais

A análise do STF reforça a avaliação de que o **impacto real** do PL da Dosimetria está longe das promessas feitas durante sua votação. A redução de pena se mostra menor do que o divulgado, e os trâmites legais e políticos indicam que qualquer benefício concreto, caso venha a ocorrer, será **demorado**.

A divergência entre os cálculos do Supremo e as projeções de aliados de Bolsonaro evidencia a complexidade da aplicação da lei e a incerteza sobre seus efeitos práticos no caso do ex-presidente. A esperança de uma saída rápida através do PL da Dosimetria parece cada vez mais distante.

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