
O Hamas confirmou neste domingo a morte de Raed Saad, chefe da produção de armas do grupo na Faixa de Gaza, em um ataque israelense ocorrido no sábado. O anúncio foi feito por Khalil al-Hayya, líder do Hamas no enclave, em pronunciamento transmitido pela Al-Aqsa TV. Segundo ele, o episódio ocorre em meio ao que descreveu como “momentos difíceis” para os palestinos, com mais de 70 mil mortos desde o início da guerra.
Israel afirmou que Saad era “um dos arquitetos” do ataque de 7 de outubro de 2023, marco inicial da guerra que devastou Gaza. Para Tel Aviv, a eliminação do comandante representa um golpe estratégico contra o núcleo militar do Hamas. Imagens divulgadas após o ataque mostraram palestinos carregando os corpos de Saad e de outros mortos na cidade de Gaza.
Hayya declarou que o assassinato coloca em risco direto a trégua vigente no território. Ele acusa Israel de “contínuas violações ao cessar-fogo”, citando operações recentes que, segundo o Hamas, ferem os termos acordados. Para ele, as mortes de Saad e de outros comandantes ameaçam a “viabilidade do acordo”.
O líder do Hamas fez ainda um apelo aos mediadores internacionais, destacando o papel dos Estados Unidos e do presidente Donald Trump. Hayya pediu que Washington pressione Israel a respeitar os compromissos assumidos. Ele afirmou que o grupo está comprometido com o cessar-fogo, desde que as condições sejam cumpridas pelas duas partes.

No discurso, Hayya reforçou que o Hamas considera “legítimo” manter armas e estruturas militares. Ele afirmou que qualquer proposta sobre as próximas fases do cessar-fogo deve reconhecer esse direito, que, segundo ele, está vinculado à criação de um Estado palestino.
O dirigente afirmou que o grupo está disposto a analisar novas sugestões para avançar no acordo, desde que preservem suas demandas. O impasse ocorre em um momento de grande fragilidade na negociação, aumentando o temor de que a trégua seja quebrada.



