
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou, neste domingo (7), que exista qualquer divisão na direita após sua confirmação como pré-candidato à Presidência da República. Ele afirmou que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi a primeira pessoa com quem conversou depois de receber o apoio público do pai, Jair Bolsonaro. Segundo o senador, a reação do governador foi “muito boa”, e Tarcísio segue sendo, na avaliação dele, “o principal cara do nosso time”. Flávio reforçou ainda que o paulista deverá disputar a reeleição com o apoio do grupo bolsonarista.
“A primeira pessoa que eu quis conversar foi o Tarcísio (…) foi muito boa a reação, um cara excepcional que se mostrou de peito aberto em uma conversa muito franca e sincera, como eu tive todas as vezes com ele. E, para mim, o Tarcísio é o principal cara do nosso time hoje, porque eu tenho a convicção de que a gente vai resgatar o Brasil”, disse à jornalistas.
A fala ocorre em meio à frustração de parte da direita, que via em Tarcísio um nome mais competitivo para herdar o espólio político de Jair Bolsonaro, preso desde o fim de novembro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília após condenação por tentativa de golpe de Estado pelo STF. Mesmo assim, Flávio disse confiar que a direita sairá unida e que a vitória em 2026 começará por São Paulo, “com uma diferença maior de votos do que em 2022”.
Apesar de reafirmar sua pré-candidatura, Flávio admitiu que pode desistir da disputa caso seja atendido um “preço político”: a aprovação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, medida que pode beneficiar o ex-presidente. O senador afirmou que se reunirá nesta segunda-feira (8) com líderes de PL, União Brasil, PP e Republicanos – entre eles Valdemar Costa Neto, Antonio Rueda, Ciro Nogueira e Marcos Pereira – para discutir os próximos passos após o impacto interno do anúncio.
“Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim e eu tenho um preço para isso, que eu vou negociar. Eu tenho um preço, só que eu só vou falar para vocês amanhã”, afirmou. “Espero que a gente paute essa semana a anistia. Espero que os presidentes da Câmara e do Senado cumpram o que eles prometeram, que pautariam a anistia, e deixem o pau cantar no voto no plenário – que é o que a gente sempre quis”.
Flávio Bolsonaro admitiu que pode desistir da candidatura, mas que isso teria um preço: “Tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para não ir até o fim. Eu vou negociar”. Acrescentou que quer mostrar que é um “Bolsonaro diferente, muito mais centrado”. pic.twitter.com/vkpYu5FzmM
— Pri (@Pri_usabr1) December 7, 2025
Em resposta às reações negativas do mercado financeiro ao seu nome, Flávio classificou as avaliações iniciais como “precipitadas”. Ele disse que terá tempo durante a campanha para mostrar um “Bolsonaro diferente”, “mais centrado”, que conhece Brasília e pretende trabalhar pela “pacificação do país”. Segundo ele, a exposição eleitoral ajudará a consolidar essa nova imagem.
O senador também destacou que vê na candidatura a chance de resgatar o projeto político iniciado pelo pai. Garantiu, porém, que não há fragmentação na direita e que seu diálogo com Tarcísio reforça essa unidade. “A gente vai ganhar a eleição começando por São Paulo”, afirmou.



