POLÍTICA

Globo defende, em editorial, chacina que matou 121 pessoas no Rio de Janeiro

Em editorial publicado nesta quinta-feira, após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, o jornal O Globo defendeu a ação das polícias Militar e Civil, que resultou em 121 mortos, entre eles quatro policiais e quatro civis. O texto classificou a ofensiva como necessária diante da “resistência incomum” dos traficantes e destacou o “risco enorme” assumido pelos agentes ao entrarem no que chamou de “quartel-general do Comando Vermelho”.

O jornal considerou “revelador” o número de vítimas, mas argumentou que a operação “foi resultado de planejamento para tentar preservar os moradores”, sustentando que os confrontos mais intensos ocorreram “nas matas, onde os criminosos foram encurralados”.

Defesa das forças policiais

Globo deu voz ao secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, que descreveu o cenário como “de guerra”. Para o editorial, a declaração não deve ser desprezada, já que as polícias enfrentariam “uma guerra irregular, assimétrica, uma questão de defesa e de soberania nacional”.

O jornal também defendeu que não haja trégua no combate ao crime organizado, reforçando que as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal na ADPF das Favelas haviam “engessado o trabalho da polícia” e elogiou a decisão recente da Corte que reduziu essas limitações.

Crítica ao Supremo Tribunal Federal

O texto classificou como “exagero” o pedido do ministro Alexandre de Moraes por mais informações sobre a operação, argumentando que “cabe aos estados desenvolver suas políticas de segurança”. Citando o jurista Gustavo Binenbojm, o editorial afirmou que o STF “não tem capacidade institucional para lidar com problemas técnicos e multifatoriais” da segurança pública, devendo limitar-se à “supervisão e monitoramento” das polícias.

Por fim, o jornal criticou a falta de integração entre as forças estaduais e federais, lamentando a “troca de acusações entre Rio e Brasília” e defendendo a criação de um “escritório conjunto” para ampliar a cooperação. O texto conclui que “presidente, ministros, governador e Judiciário devem transmitir um recado inequívoco de união e ação conjunta capaz de extirpar do Brasil a chaga do crime organizado”.

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