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Trump descarta Eduardo Bolsonaro como fez com Roy Cohn ao saber que ele tinha AIDS

Roy Cohn e Donald Trump

Donald Trump aprendeu a ser Donald Trump com Roy Cohn. Advogado brilhante e implacável, Cohn foi o cérebro jurídico por trás do macarthismo nos anos 1950, quando perseguiu supostos comunistas ao lado do senador Joe McCarthy.

Nos anos 70, tornou-se o mentor e confidente do jovem empresário nova-iorquino que sonhava em dominar Manhattan. Foi Cohn quem ensinou a Trump o método da negação agressiva, o ataque preventivo e o desprezo pelas regras. “Nunca admita erro, nunca peça desculpas, e destrua seus inimigos” — era a filosofia de Cohn.

A história está contado no bom filme “O Aprendiz”, que concorreu ao Oscar em duas categorias (melhor ator e melhor ator coadjuvante). Durante mais de uma década, os dois eram inseparáveis. Falavam de 15 a 20 vezes por dia, segundo a revista Vanity Fair. Roy cuidava dos contratos, das estratégias fiscais e da imagem pública do pupilo.

Foi ele quem ajudou Trump a negociar o abatimento fiscal de 20 milhões de dólares que permitiu a construção da Trump Tower — o arranha-céu de vidro e bronze na Quinta Avenida, símbolo máximo do império e do ego do magnata.

Nas placas dos carros, Cohn exibia “RMC” e Trump, “DJT”. A relação entre eles era de dependência mútua: um via no outro poder, glamour e impunidade. Mas a lealdade de Trump sempre teve prazo de validade. Quando Cohn foi desmascarado em fraudes, perdeu a licença de advogado.

Mais tarde, quando se soube que ele tinha AIDS, Trump simplesmente o abandonou. “Donald descobriu e o largou como uma batata quente. Foi da noite para o dia”, disse Susan Bell, secretária de Cohn.

Arrasado, o homossexual enrustido resumiu o que sentia em uma grade frase que atravessou décadas: “Donald pisses ice water” (“Donald urina gelo”). Era o retrato perfeito do homem que não conhece amizade, só conveniência.

Décadas depois, Eduardo Bolsonaro repete como tragicomédia o papel de Cohn, só que sem talento, apenas voluntarismo, burrice e picaretagem. O deputado brasileiro transformou Trump em uma obsessão e tentou se projetar como seu “discípulo” na América do Sul.

Mas, ao contrário de Roy Cohn, que ofereceu estratégia, poder e resultados, Eduardo oferece apenas idolatria e desespero para tirar o pai da forca. Aos olhos de Trump, ele é fraco. Trump está prester a dar a Eduardo o mesmo tratamento de Roy Cohn: descartar sem olhar para trás.

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