
Enquanto atua nos Estados Unidos contra o Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) omitiu um trecho da fala de Donald Trump sobre seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Kuala Lumpur, na Malásia.
Ao ser questionado por jornalistas sobre o ex-presidente brasileiro, Trump disse: “Sempre gostei dele. Me sinto muito mal pelo que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa. Ele está passando por momentos ruins”.
A fala foi reproduzida integralmente por veículos internacionais e por perfis da direita nas redes sociais. No entanto, Eduardo Bolsonaro publicou uma versão alterada, omitindo o trecho em que o republicano afirma ter “achado que ele era honesto”.
Na tradução feita pelo próprio deputado, Trump teria dito: “Sempre gostei dele. Me sinto muito mal com o que aconteceu com ele. Você sabe, eu sempre o considerei um negociador duro, mas você sabe, ele está passando por muita coisa”. A adaptação, além de confusa, modifica o sentido original da fala do presidente estadunidense, que havia demonstrado distanciamento ao se referir a Bolsonaro no passado.
Lula encontra Trump e na mesa um assunto que claramente incomoda o ex-presidiário: BOLSONARO. Imagine o que foi tratado a portas fechadas? pic.twitter.com/rle550vJlH
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) October 26, 2025
Em sua publicação, Eduardo afirmou que Lula teria ficado “incomodado” com o comentário e insinuou que o tema foi tratado de forma mais dura durante a conversa privada entre os dois chefes de Estado. “Imagine o que foi tratado a portas fechadas?”, escreveu o deputado, que tem enfrentado dificuldades para obter acesso a membros do governo dos EUA e participar de eventos oficiais em Washington.
Após o encontro, o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, minimizou o peso do assunto nas conversas. Segundo ele, “a questão do Bolsonaro apareceu, inclusive antes na entrevista, em que [Trump] foi perguntado, mas muito lateralmente”.
Rosa explicou que Lula usou o caso apenas para exemplificar o que considera uma aplicação injusta da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O presidente Lula utilizou como exemplo a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky em relação a algumas autoridades, como do Supremo Tribunal Federal, o quão injusta é essa medida porque respeitou-se o processo legal e não há nenhuma perseguição política ou jurídica”, afirmou.



