
Com 97% das urnas apuradas, o senador e ex-prefeito de Tarija, Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), foi eleito presidente da Bolívia, segundo dados do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE). A vitória é considerada irreversível, consolidando o resultado do primeiro segundo turno da história política boliviana.
Paz, que derrotou o ex-presidente Tuto Quiroga, terá como principal desafio enfrentar a crise econômica que afeta o país. Durante a campanha, defendeu a descentralização administrativa, o fortalecimento do setor privado e a manutenção de programas sociais voltados à população mais vulnerável.

“Este é um momento de mudança, de renovação, e acredito que neste ano bicentenário, o país está encerrando 200 anos de um ciclo e iniciando um novo (…). Se o povo da Bolívia me der a oportunidade de ser presidente (…), minha abordagem será chegar a um consenso, concordar, fazer as coisas avançarem”, disse o novo presidente do país a repórteres neste domingo, acompanhado de seu pai de 86 anos, ao sair de uma seção eleitoral na cidade de Tarija, no sul do país.
O pleito também marcou uma derrota histórica do MAS (Movimento ao Socialismo), partido fundado e liderado por Evo Morales, que não conseguiu avançar ao segundo turno. Morales declarou apoio a Paz na reta final da disputa, afirmando ter “votado por obrigação” no domingo (19).
A eleição encerra um ciclo de instabilidade política na Bolívia e abre espaço para uma nova composição de forças no país. Durante sua campanha presidencial, Paz defendeu a descentralização do governo e a promoção do crescimento do setor privado, mantendo os programas sociais.
O novo presidente enfrentará o desafio de implementar reformas amplas, como reduzir o déficit fiscal de cerca de 10%, ajustar os preços dos combustíveis – que apresentam possibilidade de até triplicar – e negociar com credores internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), para garantir dólares e estabilizar a economia.