POLÍTICA

Trump cancela vistos de mais de 50 políticos mexicanos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e A presidente do México, Claudia Sheinbaum. Foto: Reprodução

Os Estados Unidos revogaram os vistos de ao menos 50 políticos e funcionários do governo do México, segundo a agência Reuters. A medida integra a ofensiva do presidente Donald Trump contra os cartéis de drogas e atinge, principalmente, figuras ligadas ao partido governista Movimento Regeneração Nacional (Morena), fundado pela presidente Claudia Sheinbaum.

De acordo com diplomatas, Washington já havia adotado esse tipo de ação no passado, mas nunca em escala tão ampla. O ex-embaixador dos EUA no México, Tony Wayne, afirmou que o governo Trump está encontrando novas formas de exercer pressão sobre o país vizinho, usando ferramentas diplomáticas com fins políticos e de segurança.

Sheinbaum declarou, em coletiva nesta terça-feira (14), que não recebeu notificação oficial sobre a decisão americana. A presidente afirmou que o governo dos EUA raramente comunica tais medidas, pois elas se referem a “informações pessoais” dos indivíduos afetados.

O Departamento de Estado confirmou, sob anonimato, que vistos podem ser cancelados a qualquer momento caso haja atividades consideradas contrárias aos interesses nacionais dos EUA, como corrupção, tráfico de drogas ou espionagem. A medida é vista no México como uma escalada nas tensões bilaterais, especialmente após Trump ameaçar empregar forças militares americanas em território mexicano.

Além do México, a ofensiva diplomática se estendeu à América Latina. No Brasil, até setembro, 18 autoridades tiveram vistos revogados, entre elas ministros do Supremo Tribunal Federal — Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso —, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e do advogado-geral da União, Jorge Messias.

Trump também incluiu o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, na Lei Magnitsky, que impõe sanções a pessoas acusadas de violar direitos humanos. A medida aprofunda a crise diplomática entre os EUA e países latino-americanos que contestam as políticas intervencionistas do governo republicano.

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