POLÍTICA

“É preciso criar um fundo para catástrofes”, diz Mercadante no Parlamento Europeu

Aloizio Mercadante, no Latin America Days, promovido pelo Grupo S&D no Parlamento Europeu, em Bruxelas. Reprodução X


Durante o evento S&D Latin America Days, realizado nesta quarta-feira (15) no Parlamento Europeu, em Bruxelas, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, propôs a criação de um fundo de solidariedade para emergências climáticas. A iniciativa busca reunir recursos para resposta rápida a desastres naturais, como enchentes e incêndios, que vêm se intensificando em todo o planeta.

“É preciso avançar em uma agenda em relação aos eventos extremos que são cada vez mais intensos e frequentes. Nós precisamos criar um fundo para a emergência, para o incêndio, para a inundação, para catástrofes climáticas que vão ser mais intensas e frequentes”, declarou Mercadante, em discurso que contou com a presença do presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, e da presidente do Grupo S&D, Iratxe García Pérez.

O dirigente lembrou os recentes desastres no Rio Grande do Sul, onde “400 cidades ficaram embaixo d’água”, e disse que o Brasil já investiu cerca de US$ 20 bilhões na reconstrução. Segundo ele, o BNDES aplicou mais de US$ 5 bilhões em medidas de resiliência e transição energética. “O BNDES é o banco que mais financiou energia limpa e renovável na história, segundo a Bloomberg”, destacou.

Ao falar sobre a COP30, que será realizada em Belém, Mercadante afirmou que o BNDES possui “o balanço mais verde do sistema financeiro nacional” e citou o financiamento de 73 milhões de árvores, equivalentes a US$ 800 milhões em investimentos. Ele defendeu o fortalecimento do Fundo Amazônia e a ampliação da cooperação europeia para acelerar a descarbonização global.

O presidente do BNDES também comentou sobre o comércio internacional e o papel do Mercosul. “A melhor resposta à crise ao multilateralismo é mais multilateralismo”, afirmou. Ele defendeu que a União Europeia e a América Latina reforcem laços comerciais e busquem um acordo equilibrado.

Para Mercadante, a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia, prevista para dezembro, representa um marco estratégico. “Esse acordo é muito importante para que a gente vá além do comércio. A União Europeia precisa voltar a se ver como uma referência civilizatória no planeta”, concluiu.

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