MUNDO

Solidariedade internacional à flotilha humanitária cresce após repressão de Israel

A Flotilha Global Sumud, que transportava toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, foi alvo de uma operação militar de Israel em águas internacionais no Mediterrâneo oriental. De acordo com os organizadores, ao menos 13 embarcações foram interceptadas pelas forças israelenses, enquanto outras 30 continuam navegando a cerca de 85 quilômetros da costa palestina. Para os ativistas, a ação representa mais um crime contra a humanidade cometido pelo governo sionista.

Segundo informações divulgadas pela Telesur, a interceptação gerou forte repúdio internacional. Governos, sindicatos, entidades civis e cidadãos em várias partes do mundo se manifestaram em defesa da integridade dos participantes da missão e exigiram respeito ao direito internacional. Entre os barcos detidos estavam o Alma, o Adara e o Sirius, além de outros dez, como o Aurora, o Dir Yassine e o Grande Blu. Em resposta, os organizadores reforçaram que “as interceptações ilegais israelenses não nos deterão. Continuamos nossa missão de romper o bloqueio e abrir um corredor humanitário”.

O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia denunciou a prisão das cidadãs Luna Barreto e Manuela Bedoya, integrantes da flotilha, e cobrou sua libertação imediata. A chancelaria colombiana também apelou a países como Brasil, Espanha, México, África do Sul e Turquia para que atuem em defesa de seus cidadãos.

O Brasil se manifestou contra a ação militar, destacando a presença de 15 brasileiros a bordo. O governo responsabilizou Israel pela segurança dos tripulantes e reiterou a necessidade de respeito às normas internacionais.

Na Venezuela, o governo classificou a operação como “um covarde ato de pirataria” e acusou Tel Aviv de atacar uma missão civil e pacífica que transportava 5.500 toneladas de suprimentos.

Crescente pressão internacional

Países e movimentos sociais intensificaram a denúncia contra o bloqueio. Em Montevidéu, manifestantes protestaram afirmando: “Não é uma guerra, é um genocídio”, após a detenção de duas cidadãs uruguaias. Capitais como Roma, Berlim, Barcelona e Bruxelas também registraram atos contra a ação israelense.

Na Turquia, o governo qualificou a operação como “ato terrorista” e alertou para os riscos ao processo de paz na região. Protestos ocorreram em frente à embaixada dos Estados Unidos em Ancara e reuniram centenas de pessoas em Istambul.

Reações de líderes políticos

O presidente da Bolívia, Luis Arce, condenou o episódio como “flagrante violação do Direito Internacional” e acusou Israel de praticar “terrorismo de Estado”. No Chile, a porta-voz Camila Vallejo declarou que a flotilha tem “todo o respaldo do Estado chileno” e confirmou que o governo acompanha a situação das duas cidadãs chilenas presentes na missão.

Na Europa, a líder socialista no Parlamento Europeu, Iratxe García, ressaltou que a flotilha “não representa nenhum perigo ou ameaça para Israel” e defendeu a proteção dos ativistas.

Mobilização social e sindical

Além de governos, sindicatos e movimentos sociais expressaram solidariedade à missão. A Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL) classificou a ofensiva como “um golpe ao ordenamento constitucional” e denunciou a violação dos direitos de cidadãos italianos que participavam da flotilha.

Universidades italianas também se tornaram palco de mobilizações. Em Pádua, estudantes exigiram o fim da cooperação acadêmica com Israel e declararam: “Por Gaza, por Palestina, pela Flotilha Sumud. Fechemos universidades, cidades e o país”.

Missão segue em andamento

Apesar da ofensiva israelense, os organizadores confirmaram a continuidade da missão. Um porta-voz destacou: “Nossos esforços para chegar a Gaza seguirão até que o bloqueio seja levantado”.

Enquanto novas embarcações ainda avançam rumo à costa palestina, cresce a mobilização internacional em defesa dos ativistas e pela abertura de um corredor humanitário que permita à população de Gaza acesso a alimentos, medicamentos e suprimentos essenciais.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo