POLÍTICA

Bolsonaristas articulam estratégia com o Centrão para salvar mandato de Eduardo; saiba qual

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Foto: Reprodução

Os bolsonaristas articulam uma estratégia para tentar salvar o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), alvo de processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo. O deputado é acusado de lobby nos Estados Unidos por sanções contra a economia brasileira e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O primeiro passo do plano é adiar ao máximo o andamento do processo no Conselho de Ética. Pelos cálculos de aliados, a tramitação pode se estender por até 90 dias úteis, empurrando a análise para o ano que vem. Esse movimento seria facilitado pelo fato de o relator do caso ser o deputado bolsonarista Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG).

Com a postergação, Eduardo ganharia tempo para que a suspensão de seu mandato fosse discutida no plenário da Câmara, evitando acumular faltas que poderiam levar à cassação. Nesse cenário, chegaria até o período de desincompatibilização sem risco imediato de perder o cargo.

O papel do Centrão na blindagem

A segunda parte da estratégia envolve o Centrão. Bolsonaristas querem incluir a suspensão de Eduardo em um “combo de vingança” da Câmara contra o Senado, após a derrubada da chamada PEC da Blindagem.

Deputados aprovaram a proposta confiando em acordo de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), garantido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Porém, os senadores rejeitaram a PEC, o que foi visto como um revés humilhante.

Agora, a aposta é que o Centrão compense o desgaste apoiando Eduardo Bolsonaro. Para aliados, depois de votar pela blindagem ampla dos colegas, a Câmara deve ao menos aprovar a blindagem particular do filho do ex-presidente.

O discurso usado nos bastidores é de que, após a derrota no Senado, é preciso mostrar que a Câmara ainda consegue proteger seus integrantes. No entanto, a dúvida é se o Centrão estará disposto a gastar capital político após o desgaste já provocado pela PEC.

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Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta. Foto: Brenno Carvalho

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