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“Shutdown”: EUA enfrentam risco de paralisação com impasse entre Trump e democratas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. Foto: Yuri Gripas/EPA

O governo dos Estados Unidos corre o risco de enfrentar uma paralisação já na noite desta terça (30), caso republicanos e democratas não cheguem a um acordo sobre o financiamento temporário das agências federais. O impasse ameaça interromper serviços públicos e deixar milhares de funcionários em casa sem salário.

Em uma última tentativa de evitar o chamado “shutdown” (paralisação), o presidente Donald Trump convocou líderes do Congresso para uma reunião na Casa Branca nesta segunda (29). Até agora, no entanto, não há sinais de que a negociação resulte em consenso, já que os democratas resistem a aprovar o plano curto defendido pelos republicanos sem contrapartidas.

Se não houver aprovação, o impacto será imediato: cortes vão atingir áreas que vão da Nasa aos parques nacionais, passando pelos tribunais federais e até subsídios para pequenas empresas. O efeito pode se estender também a programas sociais, caso os recursos sejam bloqueados.

O embate não se resume ao orçamento emergencial. Ele reflete a disputa política que se arrasta desde o início do mandato de Trump, quando o presidente se recusou a liberar bilhões de dólares já autorizados pelo Congresso. Agora, os democratas veem no risco de paralisação uma oportunidade de pressionar pela retomada desses recursos.

O Capitólio, em Washington. Foto: Umit Bektas/Reuters

Em jogo estão US$ 1,7 trilhão (cerca de R$ 9 trilhões) em gastos discricionários, responsáveis pelo funcionamento diário das agências. Esse valor corresponde a aproximadamente um quarto do orçamento de US$ 7 trilhões (R$ 37 trilhões) do governo, que é majoritariamente destinado a saúde, previdência e pagamento de juros sobre a dívida pública, hoje estimada em US$ 37,5 trilhões (R$ 200 trilhões).

A disputa opõe diretamente Trump, que acusa os democratas de travar o governo por interesses partidários, e o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, que precisa manter coesa sua bancada para sustentar os objetivos do partido. O equilíbrio entre manter a pressão e evitar o desgaste político será central para os democratas.

Na Câmara, os republicanos chegaram a aprovar em 19 de setembro uma proposta para estender o financiamento até 21 de novembro. No entanto, o texto foi rapidamente barrado no Senado, onde são necessários 60 votos para aprovação.

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