
O núcleo duro do bolsonarismo definiu que o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), seria o único candidato “ungido” pelo clã para o Palácio dos Bandeirantes caso Tarcísio de Freitas (Republicanos) decida disputar a Presidência em 2026. A indicação exclui outros nomes cotados como Ricardo Nunes (MDB), Gilberto Kassab (PSD) ou André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa (Alesp) e homem de confiança de Valdemar Costa Neto.
A informação, segundo Lauro Jardim, do Globo, surge no momento em que o próprio Derrite passou a admitir em conversas reservadas sua disposição de ser candidato a governador se Tarcísio seguir para a corrida presidencial.
De acordo com duas fontes que conversaram sobre o tema com o secretário, a mudança de posição ocorre após Derrite demonstrar resistência anterior por considerar que tinha uma eleição ao Senado bem encaminhada. A nova abertura seria motivada pela crença de que teria apoio direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e conseguiria se viabilizar como o candidato bolsonarista em São Paulo.
A assessoria de imprensa de Derrite negou que ele tenha admitido a possibilidade de disputar o governo estadual. “O foco dele é o Senado”, afirmou a nota enviada à imprensa.

O empecilho para uma candidatura de Derrite ao governo seria o desfalque que causaria na estratégia bolsonarista para o Senado, que já não contará com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que fugiu para os Estados Unidos e está sendo investigação por coação da Justiça.
A prioridade do grupo de Bolsonaro é eleger o máximo de senadores possível para viabilizar futuros processos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando Derrite trocou o PL pelo PP em maio, parlamentares bolsonaristas ficaram incomodados ao interpretarem o evento como um lançamento velado de pré-candidatura do secretário ao governo paulista. O desconforto surgiu porque a movimentação implicaria que Tarcísio seria candidato a presidente, colocando Bolsonaro em segundo plano.
O presidente do PP de São Paulo, Maurício Neves, confirmou o interesse partidário: “A vontade do partido é lançar Derrite a governador, mas isso não depende da gente, depende dele. Com a saída do Eduardo, ele se consolida como senador. É um nome muito forte porque acreditamos que essa eleição será pautada pela segurança pública”.