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Manifestantes gritam “Fora Hugo Motta” em protesto contra PEC da Bandidagem em João Pessoa

Na manhã deste domingo (21), manifestantes se reuniram no Busto de Tamandaré, em João Pessoa, para protestar contra a PEC da Blindagem. Durante o ato, foram entoados gritos de “Fora Hugo Motta”, em referência ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos–PB), apontado como um dos principais articuladores da proposta que restabeleceu o voto secreto para autorizar processos criminais contra parlamentares.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 3/2021) foi aprovada na última quarta-feira (17) com 314 votos favoráveis, número superior ao mínimo exigido para alterações constitucionais. O texto determina que deputados e senadores só possam ser processados criminalmente com a autorização de suas respectivas Casas, e que essa autorização seja concedida em votação secreta — medida que, segundo críticos, enfraquece a responsabilização de políticos envolvidos em crimes.

A aprovação provocou forte reação de partidos de oposição, juristas e movimentos sociais. Em João Pessoa, o protesto foi convocado pelas redes sociais e contou com a presença de militantes de PT, PSOL e PCdoB, além de sindicatos e representantes da sociedade civil. As críticas se concentraram em Hugo Motta, considerado peça-chave na condução da PEC.

A manobra regimental

O retorno do voto secreto foi garantido por meio de uma emenda aglutinativa apresentada pelo relator Claudio Cajado (PP–BA), mesmo após o plenário já ter aprovado, por 296 votos, um destaque que eliminava o sigilo. Embora insuficiente para alterar a Constituição, o número foi suficiente para derrubar a versão anterior do texto.

A manobra gerou questionamentos. Parlamentares como Lindbergh Farias (PT–RJ) alegaram violação ao artigo 60 da Constituição, que veda a reapreciação de matérias rejeitadas na mesma sessão legislativa. Motta, por sua vez, afirmou que a decisão respeitou as normas regimentais e refletiu a “vontade da maioria”.

Próximos passos

A proposta segue agora para o Senado, onde precisará ser votada em dois turnos e receber o apoio de pelo menos 49 senadores. O projeto já enfrenta resistências de setores da oposição e de entidades ligadas à defesa da transparência pública.

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