POLÍTICA

76% não querem Bolsonaro em 2026, aponta Quaest

Levantamento Genial/Quaest, divulgado nesta quinta-feira (18), mostra que a rejeição à candidatura de Jair Bolsonaro (PL) em 2026 alcançou seu maior índice desde o início da série histórica. Realizada entre 12 e 14 de setembro, a pesquisa revela que 76% dos entrevistados não querem que o ex-presidente dispute novamente a Presidência e defendem que ele apoie outro nome. Em agosto, esse percentual era de 65%. Já 19% ainda apoiam sua candidatura, enquanto 5% não souberam responder. Os dados foram publicados pelo jornal O Globo.

Julgamento amplia percepção de golpe
O aumento da rejeição está diretamente associado à condenação de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A proporção dos que acreditam que houve tentativa de golpe subiu de 50% em agosto para 55% em setembro. Além disso, 54% consideram que o ex-presidente participou do plano golpista, contra 34% que discordam.

Divisão entre bolsonaristas, resistência da direita
Entre os apoiadores mais fiéis, a defesa de sua candidatura ainda é majoritária: 52% querem Bolsonaro em 2026, enquanto 46% preferem que ele deixe a disputa. Nos demais segmentos, a rejeição é ampla: 89% entre lulistas, 91% entre a esquerda não lulista, 79% entre os sem posição política e 74% entre a direita não bolsonarista.

Tarcísio de Freitas desponta como alternativa
Na hipótese de Bolsonaro não concorrer, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece como principal nome da direita, citado por 15% dos entrevistados — avanço em relação aos 10% registrados em agosto. Na sequência surgem Ratinho Jr. (PSD-PR), com 9%, e Michelle Bolsonaro (PL), com 5%.

Outros nomes lembrados foram Eduardo Leite (PSD-RS), Ronaldo Caiado (União-GO) e Pablo Marçal (PRTB), com 3% cada, além de Romeu Zema (Novo), com 2%. Flávio e Eduardo Bolsonaro alcançaram 1% cada. Entre eleitores de direita não bolsonarista, Tarcísio reúne 34% das preferências, enquanto entre bolsonaristas chega a 23%.

STF e Moraes fortalecidos
A condenação de Bolsonaro também impactou a percepção sobre o Supremo. Hoje, 52% dos brasileiros se dizem contrários ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, ante 43% em agosto. Já os favoráveis à sua saída caíram de 46% para 36%.

Para o cientista político Felipe Nunes, responsável pelo estudo, o processo “acabou trazendo mais problemas do que soluções para o ex-presidente, mas beneficiou a imagem do STF e de Moraes”.

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