POLÍTICA

5ª CNPM: Fenae debate políticas para mulheres

Mulheres durante conferência da Fenae. Foto: Reprodução

Diretoras da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) estão participando das discussões da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5º CNPM). Organizada pelo Ministério das Mulheres e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, a Conferência acontece em Brasília até o dia 1º de outubro, com a participação de quatro mil ativistas, representantes do poder público e da sociedade civil de todo o país.

As diretoras da Federação, Rachel Weber (Políticas Sociais), Rita Lima (Assuntos de Aposentados e Pensionistas), e a presidenta da Associação dos Gerentes da Caixa de São Paulo (Agecef/SP), Fernanda dos Anjos, foram escolhidas para participar como delegadas na etapa nacional da Conferência e representar as bancárias da Caixa com pautas relacionadas às melhorias nas condições de trabalho.

Com o tema “Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas”, a 5ª CNPM promove a escuta ativa e a representação plural de mulheres. As resoluções comporão as diretrizes para o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, que servirá de guia para o governo federal, estados e municípios elaborarem políticas públicas voltadas a este público.

A diretora de Políticas Sociais, Rachel Weber, destacou a relevância do encontro após um hiato de 10 anos. “Essa retomada da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres representa uma vitória depois de 10 anos. Para nós, da Fenae, é uma honra estarmos aqui representando as mulheres da Caixa junto com mulheres de todo o Brasil, lutando por cidadania, democracia e pela vida de todas as mulheres”, afirmou Rachel.

Já Rita Lima, diretora de Assuntos de Aposentados e Pensionistas, ressaltou a importância do encontro com mulheres de todo o Brasil para fortalecer ações de empoderamento feminino e de combate à violência contra a mulher. “É um privilégio participar desse momento histórico, que é a retomada da formulação de políticas públicas para as mulheres. No momento em que defendemos a soberania do Brasil, é necessário afirmar também a importância da soberania das mulheres em todas as políticas”, disse Rita. “O Brasil não será um país democrático se não houver democracia econômica, democracia política e representação das mulheres nos espaços de poder”, acrescentou a diretora.

Mulheres na Política

Juntamente com a ex-deputada federal Manuela d’Ávila, as diretoras participaram da palestra sobre a “Violência Política de Gênero: Desafios nas Redes e na Democracia”. Como principal nome da mesa de debate, Manuela relatou sua experiência e as agressões que enfrentou ao longo dos anos em seus mandatos como vereadora e deputada federal. Segundo ela, desde que se elegeu vereadora por Porto Alegre (RS), em 2005, com apenas 23 anos, sofreu diversas formas de violência, que só aumentaram com sua trajetória política.

Manuela D’Avila (PCdoB).
Foto: CNN Brasil

O ponto central de sua fala foi a redefinição da violência política de gênero. Manuela criticou a legislação que, segundo ela, restringe o conceito de violência política apenas às mulheres com mandato, refletindo a visão limitada do Congresso. “A ideia é que política é apenas das mulheres que têm mandato. Para nós, política é ocupar o espaço público, é existir fora de casa. A política real é o ato de coragem de resistir à violência doméstica e sexual, sair de casa e ir para a rua, em um país que, com números assustadores, odeia mulheres”, afirmou.

Manuela destacou a importância da unidade entre as mulheres para resistir e denunciar a violência de gênero no campo político. Ela ressaltou ainda que as mulheres são perseguidas porque a extrema-direita percebeu que são protagonistas da transformação social. “Hoje temos centenas de mulheres públicas ameaçadas, dezenas correndo risco de cassação, porque elas são as vozes mais potentes, as vozes que o povo escuta mais alto”, reforçou. “Existe uma força que temos, que é saber que o feminismo é o oposto da solidão. A luta das mulheres é o que nos coloca umas às outras na condição de fortaleza, porque a única fortaleza que temos é a nossa luta comum”, finalizou Manoela.

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